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SOS vitamina D

vitamin-d-1Recentemente fizemos um check up cá em casa, com direito a análises detalhadas. Tudo em ordem, excepto a vitamina D, cujos valores de referência adequados são entre 30-50ng/ml e os nossos estavam a 18,5ng/ml (meu valor) e a 30ng/ml (o homem). Ficámos chocados, pois a nossa alimentação é bastante cuidada e o homem até faz muito desporto no exterior e ao sol. Fui investigar um pouco mais…

A forma mais eficaz de obtermos vitamina D, é através do sol. De uma forma muito sucinta, quando nos expomos ao sol a radiação UV(B) atinge a nossa epiderme e é sintetizada uma pré-vitamina D que entra na nossa circulação. No fígado, esta é convertida em calcidiol (forma activa) e no rim em calcitriol, passando então para outros tecidos onde vai actuar. A vitamina D é necessária para regular inúmeras funções em vários órgãos (praticamente todas as células têm receptores) e existe uma relação directa com a absorção de cálcio. A sua deficiência está relacionada com desenvolvimento de vários tipos de doenças: auto-imunes, depressão, cancros, diabetes tipo II, doenças músculo-esqueléticas, doenças infecciosas (gripes), etc.

Sabendo isto e pensando que Portugal até é um país solarengo, poderíamos pensar que, temos níveis altos de Vitamina D. Só que não! Apenas uma percentagem muito baixa da população, apresenta níveis aceitáveis de vitamina D (>30 ng/ml) e a maior parte de nós tem deficiência desta.

Porque isto acontece?

Portugal está a uma latitude acima dos 30ºN e nos meses de Inverno (Dezembro a Fevereiro), a radiação UV(B) não chega na frequência correcta para que haja uma síntese adequada da vitamina D. De qualquer forma, para uma pele tipo médio (III), a exposição solar diária (com braços e pernas destapados) para atingir os níveis adequados de vitamina D, teria de ser entre 20-30 minutos (entre as 10-13h). Mas quem é que se expõe todos os dias ao sol este tempo e de braços e pernas destapados (sem o uso de protector solar)? Atenção que para as crianças o tempo de exposição seria menor. O tipo de pele, raça e idade, influenciam o tempo de exposição ao sol, para a obtenção dos valores óptimos no nosso reservatório de vitamina D.

Como podemos então obter a vitamina D, principalmente durante os meses de Inverno?

Através da alimentação, o que nem sempre é fácil (os alimentos ricos em vitamina D são: óleos de fígado de peixe, salmão selvagem, sardinha, bacalhau, cavala, fígado e ovo) ou através de suplementação. Esta, parece-me essencial durante os meses de Inverno, sendo necessário uma avaliação dos valores de vitamina D actuais, de forma a que seja feito um doseamento adequado e por um técnico de saúde. Claro que, a partir de Março (para Portugal) podemos beneficiar da terapêutica com exposição solar regular que, para além da vitamina D, tem muitos outros benefícios!

É sempre altura de fazer um check up (detalhado) e tomar as rédeas da nossa saúde 😉